Dois movimentos contrários estão, curiosamente, nos levando a era do fim dos empregos. Na verdade, já estamos nessa era.
O movimento mais notório é ditado pelas empresas. Na minha área, informática, praticamente todas as empresas funcionam dessa maneira. Profissionais com Carteira de Trabalho assinada tem sido cada vez mais raro. A preferência é por contrato, seja de pessoa física quanto de pessoa jurídica. A pessoa jurídica, na grande maioria das vezes, é uma empresa de uma pessoa só.
É possível fazer contratações por projetos, fixando-se o tempo de permanência daquele profissional na empresa sem que haja ligações empregatícias com a empresa. Depois do fim do projeto escolhe-se se vai haver realocação (assina-se outro contrato) ou se encerra o contrato normalmente. As empresas não precisam ter em sua folha de pagamentos Profissionais que não precisariam ter em tempo integral e nem precisam pagar todas os encargos de uma demissão.
O segundo movimento, mais novo que o primeiro, mereceu uma excelente matéria na Exame. O movimento é ditado pelo profissional de alto nível. Pelo cérebro. O título da reportagem é sugestivo: “A desesperada corrida pelo talento”.
O profissional não tem se mantido mais preso à empresa. Ele busca o mercado e as opções que podem lhe favorecer. Tamanho equilíbrio entre as corporações e os profissionais tem acontecido porque sobram vagas para profissionais especialistas no mercado. Há profissionais que até viram próprios concorrentes da empresa onde outrora trabalhou, alguns desses são os freelancers, profissionais que trabalham em casa por opção e que podem fazer as mesmas coisas que são produzidas numa grande empresa graças ao acesso à tecnologia. Não são tantos cérebros existentes para a demanda de inovação e tecnologia que o mercado pede. Então, o profissional tem aproveitado a globalização para se manter aonde há uma melhor oportunidade para ele.
As empresas tem procurado não reforçar laços empregatícios com todos os profissionais que trabalham para ela e os profissionais de alto nível tem ficado distantes das amarras das empresas devido ao acesso à tecnologia e conhecimento globalizado. Essas duas correntes, de uma certa forma concorrentes entre si, tem levado a era dos empregos a largos passos para o fim. O avanço da tecnologia tem proporcionado chances de negócio e mercado infindáveis a muitos empresários e profissionais antes só acessíveis às grandes empresas. A rede mundial de computadores alavancou o conhecimento dessa tecnologia. A internet foi a grande responsável pela globalização e verdadeira socialista em oportunidades e ganhos. E de forma capitalista.
A cada dia mais, tornamo-nos o profissional-empresa. Caminhamos não para que tenhamos um bom emprego, mas sim que tenhamos bons conhecimentos que nos permitem trabalhar em várias empresas, contratados como empresa. Ou que sejamos concorrentes dessas empresas. Emprego? Ninguém mais saberá o que é. Saberemos o que é trabalho.
2 respostas em “O fim dos empregos”
[…] Esse tipo de negócio já movimenta 20% do PIB americano (país que o criou) e tem sido reverenciado como uma forma de negócio capaz de movimentar bastante dinheiro para os que se dedicam e trabalham duro. Entre as entrevistas e artigos escritos pelos profissionais da área financeira, não há nenhuma menção de dinheiro caindo do céu, nem fórmulas mágicas, nem dinheiro fácil, mas há a afirmação de que é um negócio viável, totalmente legal e que tem remunerado muito bem os que se propoem a se profissionalizar. Há muitos que chamam de negócio do futuro, por já se enquadrar na nova realidade do fim dos empregos. […]
[…] Esse tipo de negócio já movimenta 20% do PIB americano (país que o criou) e tem sido reverenciado como uma forma de negócio capaz de movimentar bastante dinheiro para os que se dedicam e trabalham duro. Entre as entrevistas e artigos escritos pelos profissionais da área financeira, não há nenhuma menção de dinheiro caindo do céu, nem fórmulas mágicas, nem dinheiro fácil, mas há a afirmação de que é um negócio viável, totalmente legal e que tem remunerado muito bem os que se propoem a se profissionalizar. Há muitos que chamam de negócio do futuro, por já se enquadrar na nova realidade do fim dos empregos. […]