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Cotidiano

Choque de ordem mas com ordem e respeito

Eu tenho ficado satisfeito com as várias intervenções do choque de ordem que vem sendo aplicado pela comando da nova prefeitura. Pelo menos nas intenções eu sou totalmente a favor, pois o Rio de Janeiro, sabidamente, está um caos em todas as esferas e sentidos. Nisto dou parabéns ao Bethlem.

Uma das ações de ordem ocorreu hoje, buscando por ordem no estacionamento de carros no Rio, e, precisamente, na rua aqui em frente à Universidade Petrobras. Em todo o Rio foram 56 veículos. Deste total uns 8 a 10 daqui da rua.

Uma coisa, contudo, me deixou descontente. A atuação aqui na rua se deu numa falta de respeito ao cidadão. É óbvio que a colaboração dos cidadãos da cidade é imprescindível para que a ordem seja estabelecida, mas o respeito deve ser oferecido para ser recebido também.

Meu carro fica estacionado aqui em frente. Enquanto eu estava na aula de espanhol, recebo a ligação de uma colega de trabalho que desceu para comprar um chocolate me avisando que havia vários reboques na rua, interditando até mesmo o trânsito. Eu não deveria me preocupar, pois onde estaciono não há qualquer placa de Rio Rotativo nem de proibição de estacionamento. Mas resolvi descer levando em consideração a fama que a guarda municipal tem.

Perguntei ao primeiro guarda: "que carros vocês estão considerando ilegalmente parados?" (havia alguns óbvios carros parados na curva e coisa assim, mas resolvi perguntar). A resposta: "eh, esses aqui da via do canto... eh... faz o seguinte, pergunta pro supervisor". Hein? O cara estava ali, mas não sabia nem o que estava fazendo? Ao supervisor:

- Que carros vocês estão considerando ilegalmente parados?
- Averiguamos que os flanelinhas arrancaram as placas que haviam sido colocadas aqui quando criaram a rua
[a rua da universidade foi criada há poucos meses]
- Mas não há conhecimento de ninguém sobre estas placas, não é?
- É. Mas a ordem é limpar geral.
- Peraí, mas ninguém tem conhecimento de onde é permitido ou proibido parar, tem bastante gente parada corretamente ao lado da calçada. O meu carro, por exemplo, está ali acompanhando o meio fio da pracinha. E desde que a Universidade chegou, e você sabe que quem estaciona trabalha ou estuda na Universidade, ninguém teve conhecimento de placa alguma.
- É. A rua é nova e a pracinha também. Estamos vendo ainda como será o estacionamento da pracinha. Mas a ordem hoje é limpar geral.
- Então, mesmo sem nenhum aviso ou placa, a ordem é prejudicar as pessoas por causa de um ato dos flanelinhas?
- A ordem é limpar geral.
- Então não posso deixar meu carro ali, mesmo sem que tenha placa?
- Eu sugiro, mesmo que temporariamente, que você não deixe o carro ali.
- Então tá.

Já é difícil estacionar na cidade. Com uma falta de respeito dessas, fica difícil. Quanta gente teve a surpresa de não encontrar seu carro ao ir embora. E não houve nenhum aviso! E não há nada que indique que o estacionamento é proibido! O trânsito não é atrapalhado em nenhum momento, pois só acessa a rua quem vem à Universidade. Faltou respeito.